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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Chuva

Chuva, chuva por que me vens tardia
Se do mamilo já provei a uva
E aflorei o botão da agonia

Se já me encontro liquefeito
Do sacro à cabeça turva
Se não encontro defeito
De fazer-me Sol em plena chuva

Chuva, chuva não acordes a menina
Nem acaso desperte o seu dono
Amo, ali, tanto o que repousa no corpo
Quanto o que vive no sono

Mas chuva, se só viestes embalar a noite
Saibas que fiz dela meu açoite
E ergui em meu corpo o seu trono

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