Vem amada
que eu preciso
do amor dos teus olhos
ao meu lado
nas trincheiras
Vem amada
que eu preciso
da paixão do teu corpo
junto ao meu
guerreando pela paz
Vem amada
que eu preciso
da tua sabedoria
para curar tanta dor
com carinho
Vem amada
que o calor da tua mão
entrelaçada a minha
revoluciona mais
que o fogo das armas.
O vermelho
botão
do beijo
desabotoa
desejos
do peito
ao leito
e assim
passam
felizes
as primaveras
Saudade grande
quando o silêncio
dos seus lábios
vinha agrupar
meu falo,
até o talo,
no seu mais íntimo
Saudade
do entalhe da unha
correndo as costas
cortando as pernas
num detalhe
de carícia
esculpido
em sangue e suor
Saudade amiga
de rebentar sobre você
como onda sobre a pedra
sucessivas vezes
e com sucesso
saciar o tempo
lacívo e lúbrico.
Saudade grande
de cair no laço
da suas pernas
entrar em guerra
batê forte
tremer terra
até o sal da lágrima
revirar amor
e fluir
bem mais embaixo.