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domingo, 2 de setembro de 2012

Certeza de uma dúvida


É que a cobra,
meu bem,
só vê o que ela pode devorar
é pôr isso que ela ouve com a língua.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CARTA AVULSA


Não tenho forças pra desapegar da felicidade

É de mim, folhear o passado

Meu carinho não varia  com o câmbio
nem câmbia com o tempo
dessa imaterial erança 
só enriqueço

Aprendi muita engenharia  
no trato com fantásmas

Carrego os olhos úmidos de amor

Vivo prezo na crina do tempo
pra qualquer direção

pois é me des-traindo 
que princinpío
em par 
Rodopiando com a vida

domingo, 13 de maio de 2012

Esperança

A esperança é a primeira que revive.

sábado, 21 de abril de 2012

CHAMADO


Vem amada
que eu preciso 
do amor dos teus olhos
ao meu lado 
nas trincheiras

Vem amada
que eu preciso
da paixão do teu corpo
junto ao meu
guerreando pela paz

Vem amada
que eu preciso
da tua sabedoria 
para curar tanta dor
com carinho

Vem amada
que o calor da tua mão
entrelaçada a minha
revoluciona mais
que o fogo das armas.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PRIMAVERAS


O vermelho 
botão 
do beijo
desabotoa 
desejos
do peito
ao leito

e assim
passam
felizes
as primaveras

segunda-feira, 2 de abril de 2012

SAUDADE GRANDE

Saudade grande
quando o silêncio 
dos seus lábios 
vinha agrupar 
meu falo, 
até o talo,
no seu mais íntimo

Saudade 
do entalhe da unha
correndo as costas
cortando as pernas
num detalhe 
de carícia
esculpido
em sangue e suor

Saudade amiga
de rebentar sobre você
como onda sobre a pedra
sucessivas vezes
e com sucesso
saciar o tempo
lacívo e lúbrico.

Saudade grande
de cair no laço 
da suas pernas
entrar em guerra
batê forte
tremer terra
até o sal da lágrima
revirar amor
e fluir 
bem mais embaixo.

terça-feira, 13 de março de 2012

enchente


Se São Paulo soubesse
das trovejadas
em meu peito

Ficaria pianando
um choro

para meu amor 
só-sobrando

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PRECISÃO

Não é o tempo
são os tempos, sabe?
Esse humor de Lua
Temerário.

Não é o fato,
mas como é feito, sabe?
gestos e intenções
de segunda

Não é o silêncio
É o não dito, sabe?
Trancado no propósito
Emudecido

Não é a distância
É a ausência, sabe?
Revolta quiném rio em foz
marzificando

Não é a dor,
É essa alegria sozinha, sabe?
deixando a alma raza
Vazante

Nem era pra ser assim
Mas assim mesmo vamos, né não?
Destino é borboleteante
Sem nenhuma precisão.