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segunda-feira, 2 de abril de 2012

SAUDADE GRANDE

Saudade grande
quando o silêncio 
dos seus lábios 
vinha agrupar 
meu falo, 
até o talo,
no seu mais íntimo

Saudade 
do entalhe da unha
correndo as costas
cortando as pernas
num detalhe 
de carícia
esculpido
em sangue e suor

Saudade amiga
de rebentar sobre você
como onda sobre a pedra
sucessivas vezes
e com sucesso
saciar o tempo
lacívo e lúbrico.

Saudade grande
de cair no laço 
da suas pernas
entrar em guerra
batê forte
tremer terra
até o sal da lágrima
revirar amor
e fluir 
bem mais embaixo.

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