Saudade grande
quando o silêncio
dos seus lábios
vinha agrupar
meu falo,
até o talo,
no seu mais íntimo
Saudade
do entalhe da unha
correndo as costas
cortando as pernas
num detalhe
de carícia
esculpido
em sangue e suor
Saudade amiga
de rebentar sobre você
como onda sobre a pedra
sucessivas vezes
e com sucesso
saciar o tempo
lacívo e lúbrico.
Saudade grande
de cair no laço
da suas pernas
entrar em guerra
batê forte
tremer terra
até o sal da lágrima
revirar amor
e fluir
bem mais embaixo.
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