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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Paletó



Já não jorra “água”
Nos córregos que dão no rio pinheiros
O governo
De paletó e guarda-chuva
Não sabia de seca

E notaram a estiagem
De vendedores ambulantes
Nos lotados vagões?
O governo
De paletó e formalidades
Não sabia do ganhapão

Já não mais jorram
Manifestações das margens
Às marginais e paulistas
O governo
De paletó e cassetete
Não sabia democracia

E a borracha
Com que abalam os professores?
E os gases de efeito imoral?
O governo
De paletó e projéteis
Não sabia projeto de futuro

E os pobres pretos periféricos,
Policiados, desacatados
Dentro dos próprios barracos?
O governo
De paletó e preconceito
Não sabia de trabalhador

E o incêndio
Espraiando na favela,
Varrendo os sonhos?
O governo
De paletó e especulações
Não sabia do sofrer

E a reintegração
Desintegrando famílias
Levando o que é nosso?
O governo
De paletó e mandato
Não sabia da luta

Mas que governo filho da puta

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